A importância da paráfrase

autor: Pabline Felix
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Nem tiktoker eu sou, mas esse vídeo da paleontóloga americana Eliza Petersen interpretando uma confusão comunicacional que resulta na extinção dos dinossauros é de rolar de rir – e chegou em várias outras plataformas, para a minha sorte. A rede chinesa, que incentiva a repostagem nos seus concorrentes, está repleta de vídeos curtíssimos, dos mais bobos (pra mim, que já passo dos 30 há alguns bons anos) aos mais inteligentes ou elaborados. O mencionado é muito simples em sua execução, mas cirúrgico nas escolha das palavras:

@lizemopetey

is this too soon…? IB climaxximus on twitter ##fyp ##dinosaur ##ThatsHot ##DinnerWithMe ##MorningCheer

♬ original sound – lizemopetey

Do lado de cá, a gente se coloca no lugar do anjo e pensa que as palavras tem, mesmo, sonoridade muito parecidas. Mas a verdade é que o problema teria sido evitado se, como forma de confirmar o recebimento de uma tarefa de tamanha responsabilidade (afinal, não se extingue dinossauros todo dia!), o subordinado usasse de uma paráfrase. E a verdade é que muitas confusões que geram retrabalhos em ambientes organizacionais também seriam evitadas se todos usássemos desse recurso. Paráfrase nada mais é que um artifício linguístico que consiste em repetir um conteúdo dito previamente de uma outra forma. Ou seja: traduzir um certo conteúdo com outras palavras.

Quantas vezes vemos confusões que se resumem basicamente a “mas eu entendi que _______ (inclua aqui uma palavra que, no seu meio significa uma coisa, mas em outro meio, significa algo completamente diferente) era isso aqui”. 

Quando lidamos com pessoas que vem de outro ambiente profissional, é fundamental confirmar o conteúdo das conversas para garantir o entendimento, afinal: 1) certos termos podem significar mais de uma coisa; e 2) nem sempre a pessoa realmente entendeu todo o conteúdo da mensagem. E em ambas as situações, o desencontro é certeiro. 

Outros recursos valiosos para melhorarmos o nosso entendimento é usar analogias, abordar os resultados daquele pedido ou dar exemplos – trazer uma frase para o aspecto prático é excelente porque, além de ajudar quem nos ouve a entender, também dá indicativos de COMO você quer que aquilo seja realizado. 

Por fim, outro comentário bastante comum associado à falta de confirmação é “mas não era óbvio?”. E talvez o maior ensinamento que todos esses anos me trouxeram seja: NADA É ÓBVIO. Pode ser óbvio para você, mas ninguém é obrigado a saber o que você sabe. De novo: não existe conclusão ou associação óbvia. O melhor é deixar tudo o mais claro possível e, se possível, dito e traduzido de outra forma. 

* A imagem do topo é uma interferência sobre imagem de Parker_West (Pixabay)

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